quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Rejeitar nossa vida natural e viver pela vida divina que está em nós.

Lembre-se todos os dias de que você é um homem-Deus. Você tem Deus vivendo em seu interior, fazendo Sua morada em você. Você e Ele, Ele e você estão mesclados como um só.Você não deveria viver por meio de sua vida natural, do seu homem natural. Você e eu, o velho homem,  o homem natural, fomos terminados na cruz, crucificados pelo Senhor em Sua morte ( Gl. 2:20a ). Devemos deixar nosso homem natural na cruz. É isso que significa levar a cruz. Deixando seu homem natural na cruz, você será conformado à morte de Cristo ( Fp 3:10 ).    

A morte de Cristo significa que, quando Cristo viveu nesta terra, Ele estava sempre rejeitando a Si mesmo. Ele nos disse que jamais fez algo por Si mesmo, mas tudo o que  Ele fazia era pelo Pai ( Jo 6:57; 5:19; 4:34; 17:4; 14:10,24; 5:30; 7:18 ). Ele tinha uma vida humana muito santa e pura, mais ele não viveu aquela vida.
Ele pôs de lado aquela vida, colocou-a na morte, e viveu pela vida do pai. Isso foi o modelo para nós. Nós deveríamos ser a produção em massa daquele modelo, os homens Deus que têm tanto a vida humana elevada na ressurreição de Cristo,  como também a vida divina. Até mesmo nossa vida humana foi elevada na  ressurreição de Cristo, mais não deveríamos viver por ela, por nós mesmos.
Paulo disse : '' Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim'' (Gl 2:19, 20). Isso não é uma troca, porque Paulo prosseguiu dizendo: '' E esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no filho de Deus'' ( v. 20). Paulo era pessoa que não vivia por si próprio, mas pelo Cristo pneumático, e esse Cristo pneumático é o Espírito-inclusivo que é a consumação do Deus triuno processado. Tudo isso é em ressurreição. Quando você não vive por sua vida natural, mas vive pela vida divina que está em você, você está em ressurreição. O resultado disso é o corpo de Cristo. A realidade da vida divina em nós é a ressurreição, que é o Cristo pneumático, o Espírito todo inclusivo, e o Deus triuno processado e consumado. 

Fonte: Livro Entremesclar- Witness Lee.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

EXISTE UM MOVER ATUAL?

Amados, cremos que o mover de Deus possui dois aspectos, o individual e o coletivo. individualmente, o "mover atual" de Deus é Cristo vivendo e se movendo em nós e através de nós HOJE, através do Espírito Santo que habita em nossos corações! Não há nada mais precioso e prazeroso do que esse mover atual diário, quando nossas mentes, vontades e emoções são levadas a desfrutar de toda a riqueza que há no rio da água da vida que flui do trono de Deus e do Cordeiro.

Precisamos, como crianças, nos entregar confiadamente ao Senhor e nos deixar levar pelo maravilhoso fluir desse rio. Nesse rio nos libertamos das nossas próprias convicções e aprendemos a confiar cada vez mais  no direcionamento de Deus.Estranhamos a princípio - quem já experimentou ser levado pela correnteza de um rio sabe exatamente a sensação de insegurança que dá. Todavia, esse não é um rio qualquer, ele flui de Deus e nos conduzirá diretamente para Ele. Não há métodos ou técnicas para isso, a confiança e a entrega é um dom que já nos foi dado gratuitamente, em Cristo, pelo Espírito. Precisamos, portanto, tomar posse desse dom e buscar uma relação de maior confiança e intimidade com nosso Pai Eterno, em Cristo Jesus. Estabelecendo um elo de confiança e crescente, confidenciando e abrindo cada vez mais as portas do nosso coração, Ele reinará soberanamente em nossas vidas, famílias, escola, trabalho e em nosso igrejar. Esse é o mover que sacia as necessidades mais profundas do nosso coração, que nos trás a paz, que nos completa, nos realiza e dá sentido á nossa vida. É disso que desesperadamente precisamos! Esse é o mover que nos une e nos conecta profundamente com a vontade de Deus e com a unidade do maravilhoso Corpo de Cristo. É esse mover que nos faz viver diariamente mergulhados nEle, por Ele e para Ele, hoje e eternamente, aleluia!

Coletivamente o mover do Senhor é sempre atual (nosso Deus é sempre novo!),  Ele movimenta vários irmãos (apóstolos, profetas, pastores, mestres etc) SIMULTANEAMENTE em uma mesma época para levar a cabo a Sua vontade.
Na Bíblia, percebemos que isso ocorria na igreja em Corinto. Ela era suprida
simultaneamente por, pelo menos, três apóstolos (Pedro, Paulo e Apolo), cada um com a sua porção. Se a igreja dos coríntios estava tão bem suprida com a Palavra de Cristo e com os dons do Espírito (1Co 1:4,7), por que então havia divisões em seu meio? Podemos rapidamente levantar vários motivos, tais como:
A excessiva ênfase e desejo de obter dons espirituais (1Co 14:12), a falta de amor (1Co 13), a imaturidade e carnalidade (1 Co 1:12, 3:2-3), a idolatria (1Co 8,1-7, 12:1-2), ir além do que está escrito (1Co 4:6). Entretanto, queremos destacar um motivo divisivo pouco explorado: A ênfase no nome dos apóstolos (1 Co 1:12, 3:4).
Quando o nome de outro homem, que não seja o do Senhor Jesus, começa a se destacar na igreja, surgem preferências e divisões. Sabemos que, por um lado, a maturidade da igreja consiste em não se deixar levar pelo falar humano e sim pelo discernimento das Palavras de vida que as pessoas estiverem transmitindo. Por outro lado, o apóstolo também deve estar maduro. Ele deve ser capaz de negar a si mesmo para levar sua obra adiante. Esse negar implica em negar o seu próprio nome, que é a expressão mais profunda do seu ego (da pessoa do seu próprio ser).

A história insistentemente tem nos mostrado que, quanto maior for a revelação e a obra do apóstolo, maiores são as chances dele ser idolatrado por causa de tais revelações e realizações. A revelação vai lentamente sendo preterida em lugar da Palavra do Senhor e as obras humanas vão se misturando e ganhando terreno sobre os frutos do Espírito. O falar do mensageiro vai ganhando cada vez mais peso ao lado das Palavras do Senhor. Com o tempo, a mensagem e a própria pessoa do enviado vão sutilmente ocupando grandes áreas em nosso (extremamente corrupto e idólatra) coração. Com o tempo, passamos lentamente a considerar o um dos enviados (apóstolo) mais iluminado, esclarecido e capaz do que os outros. Passamos até mesmo a considerar como indignas as nossas próprias porções de revelação que recebemos diretamente do Senhor para edificar a igreja em nossa cidade. Também nos acostumamos rapidamente com um determinado modo de falar, com um certo tom de voz e passamos a estranhar tudo o que é diferente. Por fim, vestimos a camisa do nosso líder e passamos então a justificar e a defender, sem o devido cuidado, tudo o que ele diz e faz.

A confiança nas boas obras da carne (principalmente a nossa) diminui nossa confiança no Todo Poderoso e obscurecendo tremendamente nosso discernimento espiritual e reduzindo drasticamente a nossa capacidade de ouvir o Senhor para que possamos segui-Lo.  Infelizmente, é o que está ocorrendo em muitos grupos cristãos espalhados pelo mundo. Ovelhas ensurdecidas pelo barulho espalhafatoso dos shows da fé  ficam impedidas de seguir o fluir da voz do Mestre e se tornam cada vez mais dependentes de lideranças e idéias humanas. Na medida em que decresce a nossa capacidade de se mover no fluir da vida divina, cresce a necessidade de organização e planejamento humanos. Nesse contexto é quase inevitável a valorização e a exaltação da liderança humana. Os "peixes", fora do rio divino e sedentos de Cristo, são facilmente aprisionados em redes lançadas por homens espiritualmente sedutores e a segurança de seus grupos.

Com o tempo, a dependência de tal liderança é tamanha que os filhos de Deus passam a crer que eles tais homens são os únicos, ou em casos mais moderados, os melhores representantes de Deus no planeta. Para sustentar esta crença inventa-se algo do tipo "mover atual", como uma sinistra tentativa de justificar a presunção laodicéiana de que apenas um determinado grupo de crentes detém as melhores, mais profundas e maiores riquezas espirituais que o Senhor poderia dispensar ao Seu povo. Como afirmava certo mestre bíblico falecido (mas ainda atuante) líder absoluto de seu grupo "atingimos o ápice da revelação divina".

Quanto mais o homem (e suas idéias) são ouvidas, enfatizadas e defendidas, mais perdemos o foco da nossa visão espiritual, que é o próprio Cristo ressuscitado e mais nos afastamos do Seu fluir. Se precisamos ir a uma conferência para poder saber o que o Senhor quer para a nossa vida e para a igreja onde me congrego, significa que muito provavelmente não estou conseguindo mais ouvir diretamente a suave voz do meu Senhor. Quanto mais um líder se destaca, mais os seus seguidores passam a adorá-lo e, lentamente, perdem o foco na pessoa de Cristo. Não importa o quão experiente, constituído e maduro uma pessoa julga ser, a atração pela liderança humana é algo que está profundamente arraigado em nosso coração. Se essa liderança é revestida de uma capa de espiritualidade e se torna porta-voz de muitas "revelações" espirituais, é quase impossível resistir.

O apóstolo João, em sua maturidade, foi muito exposto, iluminado e por fim liberto em relação ao problema do seu próprio nome. Após receber maravilhosas revelações de um anjo, em seu primeiro escrito (João escreveu, nessa ordem, primeiro, Apocalipse, depois seu evangelho, e por fim as três epístolas)  João, em sua maturidade, cometeu um erro infantil: ajoelhou-se aos pés do anjo para adorá-lo (Ap 19:10, 22:8-9). João sentiu na carne quão poderoso é o efeito da revelação sobre a alma humana e quão intensa é a admiração do instrumento (mensageiro) utilizado para divulgá-la. Depois dessa forte e vergonhosa experiência, o nome de João, seu ego e seu eu, foram completamente removidos dos seus escritos. João é um belo exemplo de um líder sem nome, um apóstolo-presbítero que, após a dura lição aprendida aos pés do anjo, verdadeiramente negou a si mesmo passando a referir a sua pessoa como "o discípulo amado", "aquele a quem jesus amava", "o ancião" etc.
Assim como João, todos nós (principalmente os que lideram) precisamos, aos pés da cruz de Cristo, aprender a VERDADEIRA lição de negar a nós mesmos. A parte mais profunda do nosso corrompido ser é o nosso ego. Nosso nome é a nossa identificação, a expressão mais íntima e pessoal desse ego. Negar a mim mesmo é negar o meu nome. Se isso não ocorrer o meu velho homem, totalmente corrompido e caído, ainda atuará por detrás do véu do meu nome. Quanto maior a exposição de nomes na igreja, maior será a exposição de homens e maior será a degradação e por fim a divisão. A divisão inicialmente ocorre em nosso coração, quando outro nome disputa lugar com o nome do Senhor, mesmo que a pessoa afirme estar usando seu próprio nome para divulgar o nome de Jesus. Quanto mais intensamente isso ocorrer, mais intensamente o nome e a pessoa do Senhor serão ofuscados. O corpo será ofuscado, o candelabro perderá o brilho até se apagar.

Na proporção em que nos afastamos do rio do Espírito o brilho, a glória e o Senhorio de Deus vão abandonando o grupo sendo lenta e progressivamente substituídos pela  sistematização, tradição e formatação. Por fim, tais coisas minam a suficiência do governo do Espírito Santo de Deus e conquistam a confiança e o coração do crente assumindo a direção e o controle de sua vida espiritual. A espontaneidade da vida é substituída por planos de ação e projetos e a revelação divina é substituída por sonhos, idéias e pensamentos. W. Lee disse certa vez: “Não digam como se isso fosse um mero refrão: ‘Estou seguindo o fluir’. O verdadeiro fluir é o próprio Senhor. Quão errado é agitar um movimento! Isso é um insulto ao Senhor. É uma ofensa a Ele. Nunca deve haver um movimento entre nós na restauração do Senhor. Não usem a palavra ‘fluir’ como uma capa para disfarçar um movimento. Quando alguns de vocês falam do fluir, na verdade vocês querem dizer um movimento. Criar um movimento e então encorajar outros a segui-lo é cometer um tremendo engano.” (O Espírito e o Corpo, pg 9, 1977).

Os que ainda estiverem sensíveis à presença e ao fluir do Espírito Santo percebem que algo errado está acontecendo e seguem o Cordeiro aonde quer que Ele for. Todavia, os que permanecem no sistema tornam-se cada vez mais dependentes do mesmo.  Irmãos maduros e fiéis passam a defender cada vez mais ferrenhamente o sistema que sustenta (o vazio de) suas almas. O coração do crente, desviado do fluir da vida, fica tão dependente do sistema e da liderança que não suporta qualquer mudança ou crítica aos mesmos.

Por isso, a simples exposição e crítica à lastimável situação do cristianismo institucionalizado não é suficiente. Precisamos orar sinceramente para que todos nós e as lideranças (tais como Nee, Lee, Dong, Hélcio, Valdomiro, Malafaia, RR Soares, Edir Macedo etc) sejam colocados e mantidos aos pés da cruz e guardados sob a cruz de Cristo. Esta é a ordem estabelecida pelo Senhor (Mt 23:8-12, 1 Co 4:6-14). Temos esperança que agindo assim daremos um grande passo para desfrutar o ministério plural e a multiforme sabedoria e riqueza espiritual que o Senhor dispensa ao Seu maravilhoso corpo, no fluir do Espírito em Cristo Jesus.


Em Amor, Antipas.

Apenas nos posicionamos em favor do Corpo


Apegado à palavra fiel, que é segundo o ensinamento dos apóstolos, para que seja capaz de exortar com o ensinamento saudável e de convencer os que se opõem. (Tito 1:9)



Como, então, ... [a] unidade deve ser preservada? Se incrédulos fossem aceitos na igreja em Foochow, ela deixaria de ser a igreja.Teríamos de chamá-la de seita e abandoná-la. Suponha que algumas igrejas são compostas inteiramente de crentes, mesmo assim ainda existisse o elemento de sectarismo nelas. Também devemos deixar tais grupos. Em seguida, há os que unem várias organizações para se tornarem grandes afiliações ecumênicas. Isso também é a obra da carne, e devemos deixá-las da mesma forma.

A Necessidade de se Posicionar na Condição
do Corpo de Cristo

Se quisermos ter a igreja em Foochow hoje, deve-se ter uma fronteira tão grande quanto o Corpo de Cristo. Se os outros gostam ou não disso, é problema deles. Se os outros tomarão ou não esse caminho, é decisão que cabe a eles. Mas aqueles que querem tomar esse caminho devem ser fieis em se posicionar; eles não devem ser sectários. Não devem permitir, deliberadamente, nenhum incrédulo em seu meio, e não devem substituir o Corpo por empreendimentos ecumênicos. Esse é o princípio básico.Devemos nos posicionar na base do Corpo de Cristo. O Corpo de Cristo determina as fronteiras para a igreja. Esse é o nosso caminho hoje. Esse é o único caminho para os filhos de Deus tomarem em cada localidade.

Temos de ter clareza sobre a posição que devemos tomar. Não podemos ser sectários nem divisivos. Não ... podemos substituir o Corpo de Cristo por empreendimentos ecumênicos. Empreendimentos ecumênicos falam da operação de luz, mas carecem da força para obedecer essa luz; dizem-nos que há o conhecimento da vontade de Deus, mas relutam em preservar essa vontade; há revelação de Deus, mas fracassam em realizá-la. Não é nada mais que um meio-termo.

Deus nos estabeleceu em outra posição, a posição para todos os filhos de Deus cumprirem. Mas os outros não virão até nós. Não estamos dizendo que os outros devem reconhecer o que dizemos que somos. Estamos apenas dizendo que nos posicionamos em favor do Corpo de Cristo.

(Collected Works of Watchman Nee, The (Set 3) Vol. 50: Messages for Building Up New Believers (3), Capítulo 12, Seção 10)

domingo, 24 de junho de 2012

"Uma cidade, uma igreja" não é para divisão

A restauração do Senhor é baseada na verdade que Cristo tem somente um Corpo, que é expresso em muitas localidades como as igrejas locais (Ef 1:22-23; 4:4; Ap 1:11). Há somente um Cristo, que tem somente um Corpo. Por isso, o Corpo de Cristo é único. O Corpo de Cristo é a igreja. Assim, o Corpo de Cristo é a igreja universal, único no universo, mas a igreja universal, ou o Corpo de Cristo, é manifestada na terra em diferentes localidades. Essas são as igrejas locais. O irmão Watchman Nee nos ajudou a ver que a unidade da localidade é a cidade. Atos 14:23 diz que os apóstolos designaram presbíteros em cada cidade. Depois, em Tito 1:5 Paulo encarrega Tito de designar presbíteros em cada cidade. Esses versículos mostram que a unidade da localidade é uma cidade. É por isso que dizemos: “Uma cidade, uma igreja”. Entretanto, “uma cidade, uma igreja” não é para divisão, mas para unidade, porque em todo o universo há somente uma igreja. Assim, quando essa única igreja se manifesta na terra, em cada cidade tem de ser “uma cidade, uma igreja”. As igrejas locais são simplesmente a única igreja universal sendo manifestada em cada localidade. Se tivermos a visão da igreja, do Corpo de Cristo, e o que são as igrejas locais, vamos saber que a comunhão entre as igrejas é a comunhão do Corpo. Esses dois não podem ser separados. (Singularidade II, mensagem 4)

O que é a Restauração do Senhor ?

Em muitos de nossos programas de rádio e publicações você vai ouvir o termo restauração e a restauração do Senhor. Eles se referem a uma verdade muito fundamental e maravilhosa que se relaciona com a obra de Deus. Quando lemos a Bíblia, especialmente o Novo Testamento, vemos muitas verdades maravilhosas e práticas que parecem pertencer apenas à igreja primitiva. Por exemplo, todos os crentes foram chamados de santos no Novo Testamento (At 9:41; 26:10; Rm 15:26), mas hoje poucos são os crentes que se consideram como santos.
Essa é uma pequena verdade que foi perdida, mas é uma verdade muito rica que pode beneficiar-nos muito se for restaurada entre nós. Os crentes de Corinto tinham, talvez, os mais graves problemas dentre os que o apóstolo Paulo apontou; ainda assim, ele não deixou de chamá-los de santos (1Co 1:2). Independentemente da índole e comportamento, Paulo sabia que a posição e prestígio deles diante de Deus sempre foi a de santificados, santos, que estavam sendo transformados para finalmente se igualarem a Ele em vida e natureza. Como isso nos é útil e quão elevado para nossa vida cristã diária se soubermos que somos os santos de Deus, que estão sendo transformados à Sua semelhança!
Existem muitas verdades grandes e práticas cruciais que precisam ser restauradas pelos santos. Na história da igreja, o Senhor tem usado muitos crentes notáveis para restaurar itens críticos tais como a justificação pela fé (Martinho Lutero), a segurança eterna de nossa salvação (João Calvino), a relação fraterna e a vida da igreja entre os crentes (Conde Zinzendorf), a vida interior dos santos (Madame Guyon e muitos outros), o estudo da Bíblia de acordo com os tipos, sombras e figuras (Irmãos Britânicos) e a unidade prática da igreja (Watchman Nee). Em nosso tempo, fomos muito ajudados pelo irmão Witness Lee para ver a restauração da vida prática do Corpo e a salvação completa e orgânica de Deus.
À medida que consideramos a obra de Deus ao longo dos séculos, podemos facilmente ver que ela é uma obra progressiva com intuito de restaurar todas as verdades ricas e práticas cruciais que Ele uma vez entregou aos apóstolos. Quase tudo foi perdido muito cedo, se não na compreensão, pelo menos na experiência plena dos crentes; mas Deus tem trabalhado para restaurar todo e qualquer item da verdade e da prática preciosas. Isso não tem sido apenas uma obra entre os santos, mas uma obra nos santos. Hoje, estamos no final dessa obra de restauração, e nossa compreensão e experiência certamente se beneficia daquilo que o Senhor tem feito até este momento. Agora, porque fomos tão ricamente abençoados por Sua obra de restauração já decorrida e porque desfrutamos de Sua obra de restauração em andamento entre nós, podemos dizer que nós, que participamos dessas bênçãos, somos Sua restauração. Louvado seja o Senhor pela restauração do Senhor!
Retirado e traduzido de: http://www.lsmradio.com/hearing-of-faith/whatis.html, June 1998 - What is the Lord's Recovery?

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Conselhos para lideres - Watchman Nee

Doze conselhos importantes para aqueles que desejam ser líderes na casa de Deus

Por: Watchman Nee



01. Aprendam a amar os outros, a pensar no bem deles, a ter cuidado por eles, a negar-se a si próprios por causa deles e a dar a eles tudo o que têm. Se alguém não consegue negar-se a si próprio em beneficio dos outros, ser-lhe-á impossível conduzir alguém no caminho espiritual. Aprendam a dar aos outros o que você tem, ainda que se sinta como se nada tivesse. Então o Senhor começará a derramar-lhe a Sua bênção.



02. A força interior de um líder deveria equivaler à sua força exterior. Esforços em demasia, avanços desnecessários, inquietações, apertos, tensões, falta no transbordar, planos humanos e avanços na frente do Senhor, são todas as coisas que não devem ocorrer. Se alguém está cheio de abundância em seu interior, tudo o que emana dele é como o fluir de correntes de águas, e não existem esforços demasiados de sua parte. É preciso ser de fato um homem espiritual, e não simplesmente se comportar como um.



03. Ao fazer a obra de Deus aprenda a ouvir os outros. O ensinamento de Atos 15 consiste em ouvir, isto é, ouvir o ponto de vista de outros irmãos porque o Espírito Santo poderá falar por meio deles. Seja cuidadoso, pois ao recusar ouvir a voz dos irmãos, você poderá estar deixando de ouvir a voz do Espírito Santo. Todos aqueles envolvidos em liderança devem assentar-se para ouvi-los. Dê a eles oportunidades ilimitadas de falar. Seja gentil, seja alguém quebrantado e esteja pronto para ouvir.



04. O problema de muito líderes é não estarem quebrantados. Pode ser que tenham ouvido muito, a respeito de serem "quebrantados" porem não possuem revelação dessa verdade. Se alguém está quebrantado, não tentará chegar as suas próprias decisões no que toca a questões importantes ou aos ensinamentos, não dirá que é capaz de compreender as pessoas ou de fazer coisas, não ousará tomar para si a autoridade ou impor a sua própria autoridade sobre os outros, nem, aventurar-se-á a criticar os irmãos ou tratá-los com presunção. Um irmão quebrantado não tentará auto defender-se, nem se remoer por algo que ficou para traz.



05. Não deve existir nas reuniões nenhuma tensão, tampouco na Igreja. Com respeito às coisas da Igreja aprenda a não fazer tudo você mesmo. Distribua as tarefas entre os outros e os leve a aprender a usar suas próprias capacidades de executar. Em primeiro lugar, você deve expor-lhes resumidamente os princípios fundamentais a seguir e depois se certificar de que agiram de acordo. É um erro fazer você fazer muita coisa. Evite também aparecer demais na reunião, caso contrário os irmãos poderão ter a sensação de que você está fazendo tudo sozinho. Aprenda a ter confiança nos irmãos e a distribuí-la entre eles.



06. O Espírito de Deus não pode ser coagido na Igreja. Você precisa ser submisso a Ele, pois, caso contrário, quando Ele cessar de ungi-lo a Igreja se sentirá cansada ou até mesmo enfadada. Se o meu espírito estiver forte em Deus, ele alcançará e tomará a audiência em dez minutos; se estiver fraco não adiantará gritar palavras estrondosas ou gastar um tempo mais longo, o que inclusive com certeza será prejudicial.



07. Ao pregar uma mensagem, não a faça demasiadamente longa ou trabalhada, caso contrário o espírito dos santos sentir-se-á enfadado. Não inclua pensamentos superficiais ou afirmações rasteiras no conteúdo da mensagem; evite exemplos infantis, bem como raciocínios passíveis de serem considerados pelas pessoas como infantis. Aprenda concluir o ponto alto da mensagem dentro de um período de meia hora. Não imagine que, o fato de estar gostando de sua própria mensagem, significa que as suas palavras são necessariamente de Deus.



08. Uma tentação com que freqüentemente nos deparamos numa reunião de oração é querer liberar uma mensagem ou falar por tempo demasiado. Uma reunião de oração deve ser consagrada a oração, muito falatório levará à sensação, de sentir-se pesado, com o que a reunião se tornará um fracasso.



09. Os obreiros precisam aprender muito, antes de assumirem uma posição onde tenham de lidar com problemas ou com pessoas. Com um aprendizado inadequado, um conhecimento insuficiente, um quebrantamento incompleto e um juízo não digno de confiança serão incompetentes para lidar com os outros. Não tire conclusões precipitadas; mesmo quando se está prestes a fazer algo se deve fazê-lo com temor e tremor. Nunca trate com leviandade as coisas espirituais. Pondere-as no coração.



10. Aprenda a não confiar unicamente em seus próprios juízos. Aquilo que consideras correto pode ser errado e aquilo que consideras errado pode ser correto. Se alguém está determinado a aprender com humildade, levará, com certeza, alguns poucos anos para terminar de fazê-lo. Portanto, por enquanto, você não deve confiar demasiadamente em si mesmo ou estar muito seguro a respeito, do seu modo de pensar.



11. É perigoso para as pessoas da igreja seguirem as suas decisões antes de você ter atingido o estado de maturidade. O Senhor operará em você para tratar seus pensamentos e para quebrantá-lo antes que você possa compreender a vontade de Deus e ser definitivamente 'autoridade de Deus' - A autoridade se baseia no conhecimento da vontade de Deus. Onde não estiver sendo manifestado a vontade e o propósito de Deus, ali não há autoridade de Deus.



12. A capacidade de um servo de Deus com certeza será expandida porém pelo mesmo Deus que o capacitou. Descanse em Deus, ame-o de todo o coração. Jesus disse "sem mim nada podereis fazer". A autoridade necessária para o desempenho do ministério é fruto de nosso relacionamento. Nunca olhe para dentro de você mesmo, pois isso poderia desanimá-lo, porém, jamais abra mão da:



- Intimidade com Deus

- O conselho dos sábios que Deus colocou na igreja





"Não fostes vós que me escolhestes, porém eu vos escolhi a vós e vos designei para que vades e deis frutos e o vosso fruto permaneça afim de que tudo o pedirdes ao Pai em meu nome Ele vos conceda" (João 15:16)



Extraído do livro "O Testemunho de Watchman Nee" e são partes de uma carta escrita em 10/03/1950 Dois anos antes do início do período de vinte anos em que permaneceu preso pelo Regime Comunista Chinês até dormir no Senhor em 1972.

A restauração da imagem de Deus no Homem


Quando Deus fez o homem ele o criou a sua imagem, conforme a sua semelhança: “Façamos o homem à nossaimagem, conforme a nossasemelhança (...)” - Gn 1:26 - neste excerto bíblico a trindade divina fez uma conferência para criar-lo e, por isso, disse “façamos o homem”, e observa-se que o verbo fazer está no plural indicando a reunião do Deus triúno para fazer o homem, contudo, a desobediência humana resultou na queda. A palavra imagem neste contexto bíblico significa expressão, e o homem perdeu a expressão de Deus, que é encontrada na pessoa de Cristo como “a expressão exata do Seu ser” (Hb 1:3). Esta questão da expressão de Deus na terra é tão importante que Deus queria ser expresso através do homem. A queda introduziu o pecado e fez com que Deus elaborasse um plano para ser expresso através do homem.

No seu plano para ser expresso através do homem o nosso Deus em Êxodo 20 deu os 10 mandamentos ao seu povo como a expressão de tudo o que Ele é para o homem, pois só um Deus tão elevado poderia dar um padrão moral elevado e espiritual para o Seu povo escolhido. A lei de Deus é a expressão dos atributos de Deus para nós o seu povo, como justiça, retidão, santidade, bondade, etc..., só alguém com atributos espirituais tão elevados poderia ministrar a sua própria pessoa. Por isso, a lei de Deus expressa que tipo de Deus é o nosso Deus! Se um governante tem um padrão moral baixo, ele só pode elaborar decretos que são pobres em termos de nível moral.

No versículo quatro o Senhor fala “Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra”, vemos o Senhor nos falando novamente de imagem e semelhança em um livro em que ele está dando a lei para o seu povo escolhido. Ou seja, Ele está ministrando o que ele é para o seu povo! A experiência dos homens de tentar imitar a imagem e semelhança da criação de Deus são sempre fracassadas e os afastam do próprio Deus, levando-os a idolatria! E somente a ministração Dele mesmo como vida e como o nosso tudo para dentro de nós é que pode nos satisfazer realmente!!. As pessoas que não tem Cristo como sua vida possuem um vazio do tamanho de Deus, porque somente Deus é quem pode preenche-las!, mas Graças ao Senhor! Porque como filhos de Deus podemos desfrutar do próprio Deus como o Verbo ou Palavra (Jo 1:1), que é o “evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus” (2 Co 4:4), e é através deste evangelho que o Senhor pode hoje restaurar a imagem de Deus no homem. 

Aquele bezerro de ouro era a expressão do que é terrenal, pois a natureza humana se contenta em contatar o mundo espiritual através de objetos palpáveis (Sl 115), se satisfaz com a limitada semelhança de elementos deste mundo. A natureza maligna resultado da queda e do pecado é resistente em buscar as coisas lá do alto (Cl 3:1-4), e a exercitar o espírito humano para contatar Deus (Jo 4:23), que é Espírito (1Co 6:17). E até mesmo busca se relacionar com o mundo espiritual através de imitações, ou imagens (Ex 32:1-10), pois o ouro na bíblia significa a natureza de Deus, e o Candelabro (que representa a igreja – Ap 1:20) é de Ouro (Ex 26:31), e o Bezerro também é de ouro (Ex 32:4). Hoje, o mundo Cristão está repleto de imitações do que Deus é, muitos esforços humanos através de ensinamentos, práticas exteriores, acordos doutrinários para produzir um ambiente espiritual que seja a genuína expressão de Deus. Fórmulas e formas exteriores que imitam a unidade e unanimidade do Corpo de Cristo também são muito comuns, contudo, somente quando dependemos realmente do Espírito é que pode ser gerada a verdadeira esfera de comunhão individual com o Senhor, e de comunhão coletiva (igreja). Enfatizar o que vai além da fé comum, como práticas exterioras, resultam sempre em idolatria! E às vezes idolatria da unidade/unanimidade baseada em práticas exteriores.

A importância da restauração da imagem de Deus na terra é tamanha que Satanás também quer ter a sua expressão através de pôr a sua imagem no templo e seduzir os homens: “Seduz os que habitam sobe a terra por causa dos sinais que lhe foi dado executar diante da besta, dizendo aos que habitam sobre a terra que façam uma imagem à besta, àquela que, ferida à espada, sobreviveu (...)” (Ap13:14). Todavia, esta imagem da besta apocalíptica é mais sofisticada do que as anteriores registradas na bíblia, pois pode falar, matar os que lhes desobedecerem, e marcar com o número 666 os que lhe seguem (Ap13:15-18). Várias pessoas seguirão esta imagem, porque o deus deste século segou e segará o entendimento dos incrédulos para que não sejam iluminados pelo evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus (2Co 4:4). Mas, os que amam o Senhor se apartam do mal e desta imagem maligna que o Senhor despreza e desprezará! (Sl 73:20).

Embora realmente seja trágico o fato de o homem ter perdido a imagem de Deus através da queda! É confortante perceber que pela igreja hoje contemplando e refletindo como por espelho o Senhor Jesus está nos transformando de glória em glória a sua própria imagem! (2Co 3:18). Assim também como por um homem (Adão) foi introduzida a imagem do que é terreno, por meio de Cristo através da igreja pode-se trazer à terra a imagem do que é espiritual (1Co 15:45-50). Destarte, somos conformados à imagem do Filho de Deus (Cristo) através de Seu trabalhar espiritual em nós, seus filhos: “Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos” (Rm 8:29). Não só fomos predestinado para sermos a imagem do Seu filho, como também por meio de Cristo nos revestimos do novo homem que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem Daquele que nos criou (Cl 3:10). 

O Conhecimento do Bem e do Mal está em Deus (Gn 3:22)

Várias conjecturas são feitas hoje entorno da origem da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal e os seus efeitos, afinal de contas, ela era boa ou má? A resposta é que ela é boa, pois sua origem é o próprio Deus! Quem fez brotar no Jardim do Éden a Árvore da Vida e a Árvore do Conhecimento do bem e do mal foi o próprio Deus: “Do solo fez o Senhor Deus brotar toda a sorte de árvores agradáveis à vista e boas para alimento; e também a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal” (Gn 2:9), quando o homem comeu da referida árvore os olhos de Adão e Eva se abriram e o homem se tornou igual a Deus, conhecedor do bem e do mal (Gn 3:5,7,22). Isto fica mais evidente no versículo 22 quando o próprio Deus na reunião da trindade divina falou “Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem se tornou como um de nós, conhecedor do bem e do mal; assim, para que não estenda a mão, e tome também da árvore da vida, e coma, e viva eternamente (...)”. Que dizer, o conhecimento do bem e do mal estava em Deus e era algo de Deus, todavia, o que o homem fez ao comer da árvore do conhecimento do bem e do mal foi uma inversão do que Deus, na sua economia, queria realizar. O que o homem deveria ter feito era ter comido da Árvore da Vida, que é Cristo, a Videira Verdadeira (Jo 15:5) e a Vida ( Jo 14:6)! O erro do homem foi uma inversão de princípio ao desobedecer a Deus e em não priorizar comer da árvore da vida. Nestes tempos de trevas que a igreja do Senhor está enfrentando o que precisamos é da Árvore da Vida para recebermos a ministração do Espírito e da Vida de Cristo (Jo 6:63).
Foi Deus quem pôs o homem no jardim do Éden, por isso mesmo, nem Adão ou Eva imaginariam que seriam enganados (Gn 3:1-7) exatamente no melhor lugar que Senhor escolheu para eles. Hoje, não é diferente! Podemos considerar que estamos no melhor lugar que Deus escolheu para habitarmos (a vida da igreja), entrementes, a mentira e o engano podem sim tomar o coração e as mentes dos servos de Deus. O que nos imuniza e antecipa na constatação do engano é a Verdade existente na Árvore da Vida, que não é sinônimo de árvore de ignorância, mas é o nosso amado Senhor! Destarte, poderemos antecipar a constatação de qualquer engano através de comer da Árvore da Vida e assim julgar todas as coisas para reter o que é bom (1Ts 5:21) pela capacidade de discernimento do bem e do mal que ser-nos-á concedido pela própria vida de Deus: “Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que, pela prática, têm as suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal” (Hb 5:14). Esta é a maneira de Deus para que possamos discernir os homens maus que se declaram apóstolos ou servos de Deus genuínos através de prová-los como fizeram os irmão da igreja em Éfeso (Ef 2:2). A finalidade precípua da árvore da vida ao conceder o referido discernimento é para preservar a produção de frutos e, assim, ser a cura dos povos (Ap 22: 2).

terça-feira, 12 de junho de 2012

Sustentar o caráter absoluto da verdade

Todo obreiro do Senhor deve sustentar o caráter absoluto da verdade. Isso só é possível quando o homem está livre de si mesmo. Muitos não são fiéis à verdade; são influenciados por pessoas, coisas e sentimentos pessoais. Se o homem não for fiel à verdade, irá no curso de sua obra, sacrificar a verdade de Deus pelo homem, por si mesmo ou por seus desejos. Um requisito básico do servo do Senhor é não sacrificar a verdade. Podemos sacrificar a nós mesmos e os desejos, mas a verdade, jamais. Os problemas que acontecem com muitos obreiros decorrem do relacionamento com os amigos, conhecidos íntimos e familiares. A verdade fica comprometida por causa dos amigos, familiares próximos ou parentes. Deus não pode usar tais pessoas. Se a verdade de fato for a verdade, não deve ser comprometida, seja por irmãos, parentes ou amigos íntimos. Suponhamos que o filho de um obreiro cristão manifeste o desejo de ser batizado. Se o pai perceber que essa questão está relacionada com a verdade, transmitirá o caso para os irmãos líderes da igreja e deixará que eles resolvam se o seu fiho está ou não preparado para o batismo. Mas o problema é que o cooperador imagina que o filho está pronto para o batismo e, ao fazê-lo, sacrifica o caráter absoluto da verdade. Ele foi influenciado pelo relacionamento entre pai e filho, e não é mais fiel à verdade. Se for fiel à verdade, concordará com a direção da verdade quando for revelada à igreja; não trará seus relacionamentos pessoas à situação.

Consideremos outra ilustração: Em determinado lugar, surge uma controvérsia. Alguns santos podem estar a favor de um grupo de irmãos e por-se do lado deles, e outros podem ter preferência por outro grupo de pessoas e tomar o partido delas. Em vez de sentar e avaliar o preço de ser fiéis à verdade e seguir à verdade, eles são influenciados e dominados pelas próprias emoções. Isso não significa que os irmãos não falem sobre a verdade; significa que não são fiéis a ela. Não colocaram a verdade completamente de lado; ainda têm certo cuidado com ela, no entanto, não são fiéis a ela. Ser fiel à verdade significa não permitir que nenhum sentimento pessoal ou relacionamento familiar se coloque no caminho da verdade. Nas questões espirituais, a verdade fica comprometida no momento em que os relacionamentos humanos são levados em consideração. No momento em que os relacionamentos humanos entram em questão, a palavra de Deus e os Seus mandamentos são desconsiderados pelos fatores humanos, e a verdade fica comprometida.

A Bíblia contém muitas ordenanças e mandamentos, que são de Deus, e os Seus servos precisam pregá-los e anunciá-los. Por um lado, é enfadonho considerar os que só falam, mas não praticam. Por outro, não podemos ser servos de Deus se não pudermos pregar além do que conseguimos por em prática. Isso acontece porque a verdade é absoluta. O padrão da Palavra divina não deve ser reduzido ao nível da realização pessoal. Não podemos manipular a verdade de modo algum para justificar as nossas deficiências. É isso que significa ser fiel à verdade. Temos de transcender a nós mesmos, aos sentimentos próprios e ao interesse pessoal no falar. Esse é um importante requisito para os servos do Senhor. Devemos ter cuidado para não fazer as coisas de um modo quando elas afetam outros irmãos e de outro quando dizem respeito ao cônjuge e filhos. A verdade é sempre absoluta. Deus quer que sustentemos o caráter absoluto da verdade. Se a Palavra de Deus disser algo, que assim seja, independentemente de quem esteja envolvido. Não podemos fazer exceções só por causa de alguns relacionamentos especiais. Se as fizermos, rebaixaremos o padrão da verdade de Deus. Não estou falando em dizer inverdades; estou falando em sacrificar o caráter absoluto da verdade. Temos de aprender a sustentar o caráter absoluto da verdade. Não podemos faltar com o seu caráter absoluto só porque alguém é nosso parente. Estamos aqui para seguir a verdade e não o homem, e estamos aqui para manter o caráter absoluto da verdade.

Muitas dificuldades surgem na igreja hoje porque os filhos de Deus sacrificam a verdade. Uma igreja local dividiu-se depois que um irmão disse: “Eu não tinha intenção de me separar de vocês, mas, na noite passada, aconteceu algo na igreja, e eu não fui informado. Já não me reunirei com vocês”. A verdade é absoluta. Se o afastamento do irmão estivesse certo, ele deveria ter agido assim, mesmo que tivesse sido informado da questão. De igual modo, se o afastamento do irmão estivesse errado, ele não deveria ter agido assim, ainda que não tivesse sido informado. Se ele for fiel à verdade, o simples ato de informá-lo não tem importância. Se o seu afastamento está baseado no fato de ele não ter sido informado, ele se pôs acima da verdade.

Em outro lugar, um grupo queria ter mesas separadas e partir o pão separadamente porque um irmão ficou ofendido quando fez uma pergunta na reunião e não teve resposta. Se fosse certo separar-se, ele deveria ter iniciado outra mesa muito antes. Se fosse errado separar-se, ele não deveria ter se justificado por não receber resposta para sua pergunta. É isso que significa ser fiel à verdade. Se ter mesas separadas é algo que está de acordo com a verdade, que haja mesas separadas, mesmo que os irmãos estejam unidos uns aos outros. Se ter mesas separadas é algo que não está de acordo com a verdade, que não haja mesas separadas, ainda que haja ofensas. Irmãos e irmãs, vocês já viram isso? Devemos negar todas as formas do “eu” para servir ao Senhor. Se houver orgulho, egoísmo ou o conceito de que se deve receber tratamento respeitável como condição para sustentar a palavra de Deus, nós nos colocamos acima da verdade de Deus; estamos dizendo que somos mais importantes do que a Sua verdade. Isso nos desqualifica para o Seu serviço. No serviço ao Senhor, temos de negar-nos totalmente. Se gostamos ou não do que acontece ou se nos sentimos ou não ofendidos com algo são coisas que nada têm a ver com a questão. Se algo deve ser feito de uma forma, que seja feito dessa forma, independente de como nos sentimos. Ainda que soframos muito ao fazê-lo dessa forma, temos de fazê-lo. Ainda que os outros nos maltratem, desprezem ou considerem sem valor, temos de fazê-lo. Não podemos exigir que a palavra de Deus siga a nossa direção só porque queremos seguir nessa direção. O homem é muito ousado; sempre exige que a verdade de Deus o acompanhe.

Temos de ver a glória da verdade de Deus; não podemos projetar os próprios sentimentos nela. Quando nos colocamos ao lado da verdade de Deus, não devemos considerar-nos menores do que ela; devemos considerar-nos como quem não existe. Se envolvermos o nosso “eu” ainda que um pouco, acabaremos com problemas no mesmo instante. Um irmão, que foi criticado em alguns lugares, apareceu na igreja e ficou muito feliz com os contatos que fez. Ele achava que havia sido criticado injustamente nos lugares por onde havia passado, mas, na verdade, não atentou para a verdade diante do Senhor. Ele simplesmente se impressionou com alguns irmãos. Tal irmão era muito indisciplinado na conduta. Algum tempo depois, outro irmão lhe disse: “Irmão, você é muito relaxado”, e continuou a apontar algumas coisas que o novo irmão havia feito. Isso era falar a verdade com amor. Mas, quando ouviu essas coisas, o irmão novo saiu, fazendo comentários com sentimentos de raiva: “Não é de admirar que tantas pessoas estejam contra essa igreja. Ela deve ser criticada”. Irmãos e irmãs, esse irmão não era fiel à verdade. Se tivesse sido fiel, não teria dito isso quando foi repreendido pelos outros. Uma vez que não foi fiel, mudou o tom quando foi repreendido.

Que significa ser fiel à verdade? Significa por de lado os sentimentos, ignorar os relacionamentos pessoais e não defender o “eu”. A verdade é absoluta. Sentimentos, relacionamentos, experiências e contatos pessoais não devem ser confundidos com a verdade. Uma vez que a verdade é absoluta, o que é certo é certo, e o que é errado é errado. Há um irmão que é lider em muitos lugares. Ele seguiu o nosso caminho e decidiu ser responsável pelo testemunho da igreja. Se o caminho que tomamos estiver certo, estará sempre certo; não está certo porque esse irmão o segue. Se o caminho que tomamos estiver errado, não poderá endireitar-se simplesmente porque esse irmão o segue. Se o caminho está certo ou não, isso nada tem a ver com o irmão. Mesmo que ele caia, o caminho ainda estará certo porque a verdade é absoluta. No entanto, muitas pessoas só conseguem ver esse irmão. Acham que, se ele estiver certo, o caminho que escolheu também estará, e, se estiver errado, o caminho que escolheu também estará. Os olhos dessas pessoas estão voltados para a verdade ou para a pessoa? Isso não significa que podemos ser negligentes. Nunca devemos ser negligentes; devemos sustentar o testemunho de Deus. Isso é um fato. Contudo, ao mesmo tempo, se esse caminho é ou não o certo, é algo que está baseado na verdade, e não nos homens. Acaso, quando outros cristãos pecam, não somos mais cristãos? Porventura quando outros filhos de Deus caem, não somos mais filhos de Deus? Será que quando muitos filhos de Deus perdem seu testemunho, não somos mais cristãos? Não, irmãos e irmãs, a verdade é absoluta. Ainda que muitos cristãos tenham caído, o Senhor ainda é digno de confiança, e ainda devemos confiar Nele. Ainda que muitos filhos de Deus tenham pecado, continuamos a ser Seus filhos; não deve haver mudança. Isso não significa que os filhos de Deus têm permissão para pecar, ou que os cristãos têm permissão para cair. Significa, no entanto, que a verdade é absoluta. Se é certo crer no Senhor, devemos crer Nele, mesmo quando outros não crêem. Se é certo ser cristão, devemos ser cristãos, ainda que todos os outros tenham caído. A questão não é o que os outros fazem, mas se algo é ou não a verdade. Muitas divisões na igreja, muitos problemas na obra e muitas disputas entre os obreiros cessarão quando os relacionamentos, sentimentos e problemas pessoais forem colocados de lado.

Ser fiel à verdade não é trivial. Não podemos ser indiferentes nesse sentido. Se formos relaxados nisso, seremos relaxados em tudo. Para sustentar a verdade, temos que renunciar totalmente a nós mesmos. Se não tivermos tal disposição e hábito pela verdade, teremos problemas mais cedo ou mais tarde. Há quem diga: “Eu agradeço a Deus por ter-me trazido a esta reunião. Tenho recebido muito auxílio”. Isso não significa que ele é fiel à verdade. Talvez só esteja apegado emocionalmente a este lugar. Quando algo desagradável lhe acontecer, poderá mudar de opinião e chegar à conclusão de que está no lugar errado. A verdade, no entanto, é absoluta. Se este lugar for certo, será certo; se for errado, será errado. Não pode ser certo só porque é bom para esse irmão, e errado porque não é bom para ele. Se a justificação de um lugar depende do tratamento que dá ao irmão, o irmão deve ser a coisa mais importante de todo o mundo! A verdade não é importante para ele; quem é importante é o irmão! Ele não é fiel à verdade; é daí que surgem muitos problemas. Deus requer que experimentemos disciplinas a ponto de deixar a nós mesmos e os sentimentos de lado em tudo. Pouco importa se estamos contentes ou magoados. A direção nunca deve ser afetada por sentimentos pessoais. Se Deus disser que está certo, está certo; se disser que está errado, está errado. Se disser que este caminho está certo, temos de segui-lo ainda que todos recusem a fazê-lo. Não seguimos esse caminho porque é emocionante ou determinado irmão está nele. Se este caminho estiver certo, devemos segui-lo, ainda que nenhum dos irmãos esteja nele. A verdade é absoluta, e nenhum ser humano deve influenciar-nos de forma alguma. Se usarmos o elemento da consideração humana, teremos feito com que o homem seja maior do que a verdade.

Todos os juízos são baseados na verdade, e não nos indivíduos. Toda vez que base de um juízo passa a ser do indivíduo, comprometemos o caminho de Deus e a Sua verdade. A base do juízo é a Palavra de Deus; o seu fundamento é a verdade. Devemos agir da mesma maneira, quer os outros nos tratem bem ou não. Quando enfrentamos uma situação, devemos perguntar qual é a verdade de Deus, e não quais são os nossos sentimentos. Juízos e sentimentos pessoais nunca têm lugar na obra de Deus. Se a verdade disser-nos que devemos separar-nos por completo, devemos cortar os vínculos com os melhores amigos. Talvez tenhamos comido e vivido juntos todos os dias no passado, mas quando o caráter absoluto da verdade exige separação, devemos obedecer. A afeição humana não deve ter espaço. Se a verdade decreta que não devemos separar-nos, não podemos separar-nos, ainda que discutamos uns com os outros e irritemos uns aos outros todos os dias. Se estivermos juntos simplesmente por causa de razões pessoais, não sabemos qual é a verdade, e não podemos continuar.

Irmãos e irmãs, isso é fundamental. O caminho que está à nossa frente está muito relacionado com o tratamento que recebemos do Senhor. Se nos concentramos em quanto somos grandes e importantes, a verdade será sacrificada. Para sustentar a verdade de Deus, o nosso “eu” tem de sumir; devemos mantê-lo à distância. Todos temos o próprio temperamento e sentimentos. Não podemos mudar a verdade de Deus por causa disso. Nenhum ministro de Deus pode sacrificar ou comprometer a verdade divina pelo bem-estar de si mesmo. Se a considerarmos como algo vil, não teremos futuro espiritual com Deus. Quando um juiz preside um tribunal, deve ser fiel à lei. Um crime deve ser declarado crime, e um inocente deve ser declarado inocente. O juiz não pode declarar inocente um criminoso só porque é seu irmão ou amigo. Se fizer isso, haverá desordem. A lei é absoluta, e os sentimentos pessoais não podem ser levados em consideração. Seria terrível se um réu fosse julgado culpado só porque, coincidentemente, o juiz é seu inimigo. O juiz deve sustentar a lei. Devemos crer em Deus, servi-Lo e manter a Sua verdade. Os sentimentos pessoais não podem intervir. Espero que lembremos que todos os sentimentos pessoais precisam ser negados. O Senhor precisa lidar com todos nós. Todos devemos dizer-Lhe: “Senhor, não sou nada, mas a Tua verdade é absoluta”. Se fizermos isso, não haverá mais disputas ou problemas na obra. Uma grande vantagem que os cooperadores terão, se sustentarem o caráter absoluto da verdade de Deus, é a grande liberdade entre si mesmos no falar e no trabalhar. As coisas serão feitas como devem ser feitas, e não haverá necessidade de preocupar-se com as reações dos outros. Se todos virmos o caráter absoluto da verdade, só nos preocuparemos com uma coisa: se algo está ou não de acordo com a vontade e decisão de Deus; se estiver, não teremos medo. Mas, se não formos fiéis à verdade, será difícil continuar. Quando surgir alguma coisa, consideraremos a reação do irmão Wang, a opinião do irmão Chow e a atitude do irmão Liu. Uma vez que os três têm temperamentos diferentes, teremos de ceder um pouco aqui e ali. Isso é terrível. A verdade será sacrificada. Se é assim que fazemos as coisas, não podemos dizer muita coisa ou tomar muitas decisões por temer ofender os homens. Problemas surgirão em nosso meio. Se um grupo de homens só se preocupasse com a verdade de Deus e rejeitasse totalmente todos os métodos humanos, seria, de fato, um corpo abençoado de homens. Se firmemente rejeitasse a manipulação e a diplomacia humana, sem ceder ou amenizar alguma coisa por meio das mãos humanas, mas fazendo tudo estritamente de acordo com a vontade de Deus, poderíamos estar certos de que esse grupo estaria repleto da bênção de Deus. Se pudermos tomar o caminho absoluto da verdade entre os cooperadores, poderemos dizer o que devemos e fazer o que devemos. Se não pudermos, haverá muita consideração, diplomacia e mudança, e a igreja deixará de ser a igreja.

Consideremos essa questão com consciência diante do Senhor. Trata-se de algo muito importante e sério. Lembremos que não há lugar nenhum para sentimentos e opiniões na obra do Senhor. Ainda que nossas opiniões possam influenciar positivamente os outros para que recebam a verdade, devemos mantê-las fora da obra. Podemos influenciar uma pessoa para que receba a verdade convidando-a para jantar, mas isso é errado. A verdade é absoluta. Por causa da bondade do nosso coração, talvez queiramos fazer algo para sustentar a verdade, mas ela não requer nenhuma ajuda humana para sustentá-la. Ela tem a própria posição, autoridade e poder, e não precisa da ajuda humana para sustentá-la. Não precisamos prestar-lhe ajuda. Não devemos temer que alguém rejeite a verdade divina; só precisamos aprender a honrá-la, seguir o caminho dela e não a comprometer de forma alguma.

Watchman Nee, O Caráter do Obreiro do Senhor (São Paulo: Editora Árvore da Vida, 2008), pp. 193-202.

domingo, 3 de junho de 2012

Tomar a Bíblia em Ressurreição!



De acordo com a Palavra de Deus é a paz de Deus que guarda nosso coração, pois ela é o próprio Cristo que nos orienta em tudo o que é verdadeiro, honesto, justo, amável e de boa fama: “E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus. Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai” (Fp 4:7-8). Certamente estas virtudes serão expressas de nossa boca porque refletirão aquilo que realmente pensamos, em suma, estaremos pensando Cristo. As palavras que saem da nossa boca devem ser boas para a edificação e precisam transmitir graça aos ouvintes (Ef 4:29), e isto é possível por meio do conhecimento do próprio Cristo, que implica no conhecimento do poder da Sua ressurreição e da comunhão dos Seus sofrimentos (Fl 3:10). 

A ressurreição diz respeito ao retorno a vida de alguém que passou pela experiência negativa da morte (1 Co 15:54-57). Dos acontecimentos negativos podemos aprender e valorizar o que é positivo, ou seja, após passarmos por experiências de morte, passamos a valorizar a vida! Entre alguns cristãos existem frases prontas do tipo: “Vamos falar somente de coisas positivas, não devemos falar coisas negativas para não ‘tocarmos na morte’”. Entrementes, a bíblia é um dos livros que mais apresenta exemplos negativos, mas que servem para retirarmos muita ajuda em questões espirituais. Para constatar com mais clareza basta lembrar de passagens como o relato no qual Davi matou Golias, já pensou termos que contar esta história aos nossos filhos? Humanamente falando é até algo sádico (1 Sm 17:49-58); ou que Ló teve relações sexuais com as suas filhas (Gn 19: 31-38); ou a introdução de uma meretriz na genealogia que trouxe O Cristo (Mt 1:5); A morte de Cristo foi verdadeiramente trágica, algo extremamente brutal, que em muitos jornais do mundo secular produziria o mesmo horror e espanto que causa nos leitores  dos nossos dias , porque se trata da morte mais incomum do universo! Em certo sentido falar também da morte de Caim e Abel é algo semelhante ao que é transmitido em muitos programas de televisão que só falta respingar o sangue da tela nos telespectadores. Se o problema é não falar ou ler "morte" é só NÃO LER A BÍBLIA! O fato é que se Adão não provasse a morte por meio da desobediência, nem ele nem nós valorizaríamos tanto a vida! (Vida Zoé = a indelével vida de Deus). Embora a Bíblia seja "O livro dos livros" para todos os que amam o Senhor, existe um número muito grande de exemplos negativos na bíblia que podemos tomar em RESSUREIÇÃO e aprendermos o verdadeiro significado espiritual por meio de revelação que vem do alto (Cl 3:1-4). Pois embora se tratem de eventos negativos existe um propósito em todos os acontecimentos, pois o nosso Deus é um Deus de propósito: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito" (Rm 8:28). 
             Neste livro maravilhoso (A Bíblia) que chamamos de A Palavra de Deus (I Tm 3:14-17), existem as sedutoras palavras do diabo como em Gênesis 3:4-5 que induziu Eva a comer da árvore do conhecimento do bem e do mal. E Existem também as palavras de Pedro que chamou o Senhor a parte para reprovar a sua ida a cruz do Calvário (Mt 16:22), sendo necessário ao Senhor repreendê-lo severamente chamando-o de Satanás (Mt 16:23). Certamente as palavras do inimigo de Deus registradas na bíblia não são as Palavras de Deus, mas isto não diminui em NADA a autenticidade e veracidade da bíblia como um livro de inspiração divina (I Tm 3:14-17). Nestas questões de interpretação das escrituras precisamos verificar adequadamente que existem princípios que norteiam a nossa busca pelo Senhor nas escrituras a fim de ganharmos a vida existente em seu bojo. Uma vez que nem tudo o que é bíblico é cristão, quer dizer, nem tudo o que é bíblico se constitui uma prática cristã da igreja neotestamentária, como as prática cristãs modernas de dar o dízimo, pois este último se trata de uma prática judaica para sustentar os encargos do templo na Antiga Aliança (Hb 10:1-9). Assim como existem diversas prática do antigo testamento como guardar o sábado, sacrificar animais, e muitas outras que embora sejam bíblicas não são práticas cristãs que devem ser adotadas pelo povo de Deus que está vivendo a realidade da Nova Aliança (2 Co 3:6). As vezes é necessário apresentarmos o que é negativo, como as investidas do diabo contra o povo de Deus, para ganharmos o que é positivo, ou seja, assim como foi por meio da experiência da morte de Cristo que Ele foi introduzido na ressurreição, assim também para experimentarmos a vida existente na Palavra as vezes experimentamos o que é negativo, são necessárias profundas experiências de cruz (Mt 16:24) para quebrantar o nosso ser com vistas a  fortalecer o nosso testemunho a respeito da vida de Cristo.

A morte deste Cristo maravilhoso marcou tanto a história humana que  serviu como um divisor de águas no qual a própria ciência da história foi dividia em A.C. (Antes de Cristo) e DC (Depois de Cristo). A história humana é repleta de guerras e atrocidades realizadas por muitos líderes do passado, e a análise histórica destes acontecimentos servem para não permitirmos que eles se repitam tanto no nosso presente como no futuro. Todavia, a própria história revela também com muita clareza que os eventos cruéis que homens cheios de boa intenção realizaram no passado continuam se repetindo no presente. A questão é que sem Cristo os homens só conseguem produzir bom comportamento, ou seja, aperfeiçoamento moral exterior. Ao contrário da história humana, os registros históricos existentes na bíblia servem não apenas para nos advertir de uma maneira exterior, mas para produzir Cristo dentro de nós! E isto não implica em mera mudança de comportamento exterior, mas em uma mudança de natureza, quer dizer, a natureza divina sendo infundida em nós!

Por isso, a luz da bíblia devemos julgar todas as coisas a fim de reter o que é bom (1 Ts5:21), quando nos é dito que não devemos expor o que é negativo a fim de permitir que seja propagado o erro, e aceitamos, esta atitude nos torna cúmplices do mal. Observamos em 1 Co 5:1-5 Paulo teve que advertir seriamente um jovem que estava profanando o leito de seu pai dormindo com a madrasta, e o entregou nas mãos de Satanás para a destruição da carne, a fim de o espírito dele fosse salvo no dia do Senhor. Particularmente ao meu ver, esta é uma passagem extremamente NEGATIVA, mas foi o Espírito Santo que permitiu tal registro para que nós pudéssemos extrair a lições espirituais importantes visando a edificação da Sua igreja (Ef 2:20-22), ou seja, pareceu bem ao Espírito Santo (At 15:28-29) que tivéssemos o conhecimento deste aspecto negativo existente na igreja daquela época, assim como na celeuma registrada no livro de atos capítulo 15 referente a adoção, pelos crentes gentios, de algumas práticas relevantes da tradição judaica e da lei. Portanto, devemos avaliar se a ênfase em não apresentar/falar algo negativo visa a edificação da igreja do Senhor ou é para ser um co-participante em perpetuar algum erro; Precisamos estar atentos em verificar se a referida orientação do silêncio na igreja visa guardar os filhos de Deus aos cuidados amorosos do nosso Senhor ou é para acabar com qualquer discussão que proporcione o desmascaramento do erro e da mentira perpetuado por lideranças despóticas! Que o Senhor nos guarde de vivermos em letargia espiritual, sendo passivos em relação a qualquer ensinamento de erro que “adestre” os crentes à viver a lei do silêncio, que cause uma passividade espiritual imobilizadora do nosso ato de julgar todas as coisas (1 Ts 5:21); que imponha mordaças e amarras em nossa liberdade Cristã (Lc 4:18; 2 Co 3:17; Gl 5:13). Que aprendamos a ler a Bíblia sempre em novidade de vida, certos de que O Espírito é o que vivifica (Jo 6:63), e que por meio das experiências negativas existentes em seus relatos podemos ganhar o próprio Cristo como a própria Ressurreição e a Vida (Jo 11:25), e como a realidade espiritual de todas as coisas positivas do Universo.  

Do  Vosso  Conservo,

Kleydson  Feio

Negar a Vida da Alma em Realidade (Mt 16:24)!


1 Introdução

Ao longo dos anos da minha vida cristã percebi que a expressão “Negar a Vida da Alma” é utilizada em muitas situações como uma anulação da vontade humana ou aniquilação da personalidade, e até mesmo negação desta última, alegando de forma simplista que a alma/personalidade humana não serve para a edificação da igreja. Devido ter notado a compreensão errônea acerca da referida expressão empregada por vários santos, fui motivado a mergulhar na palavra de Deus sobre o assunto e extrair as riquezas derivadas desta garimpagem na palavra. Vamos entrar agora na comunhão acerca do verdadeiro significado de uma terminologia que não é bíblica, contudo, o fato de não ser escritural não significa que não possua valor espiritual hoje na vida de cristãos do mundo inteiro. Destarte, vamos perceber nesta comunhão a realidade espiritual que podemos extrair do referido termo, pois embora não seja um termo bíblico a realidade espiritual expressa através da referida expressão é escritural.

2 As Três Partes do Homem: A Personalidade

O homem possui três partes importantes, que são o corpo, espírito e alma “O mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma, e corpo, sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (I Ts 5:23).

O corpo físico é a parte mais exterior dos seres humanos, onde é possível contatar o mundo físico, ele possui várias necessidades próprias da natureza humana e é com ele que servimos a Deus “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixões de Deus, que apresenteis os vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso serviço racional” (Rm 12:1) – Versão Restauração; e precisamos cuidar muito bem dele porque o corpo humano é santuário do Espírito Santo “Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo” (1 Co 6:19-20) – Versão Restauração; “Assim também os maridos devem amar a sua esposa, como a seu próprio corpo; quem ama a sua esposa, ama a si mesmo. Pois ninguém jamais odiou a própria carne; pelo contrário, nutri-a e dela cuida, como também Cristo o faz com a igreja” (Ef 5:28-29) – Versão Restauração. Por isso, neste contexto, devemos amar a nós mesmo, na medida em que devemos amar o nosso corpo, pois é santuário do Espírito Santo!

O espírito humano foi formado dentro do homem pelo próprio Deus “(...) Fala o Senhor, o que estende o céu, fundou a terra e que formou o espírito do homem dentro nele” (Zc 12:1); e é um elemento usado para contatarmos a Deus e adorarmos a sua pessoa, pois “Deus é Espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade” (Jo 4:24); “Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas orarei também com a mente; cantarei com o espírito, mas cantarei também com a mente” (1Co 14:15) – Versão Restauração. Claramente, observamos nestes versículos que a mente deve ser exercitada! Assim como podemos orar e cantar com o espírito, podemos orar e cantar com a com a mente.

A mente é o componente da alma com o qual pensamos “Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até o ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração” (Hb 2:14); este último versículo demonstra claramente que existe diferença entre alma e espírito.
Devido ao pecado a mente está vulnerável a corrupção “(...) Porque, tanto a mente como a consciência deles estão corrompidas” (Tt 1:15); os pensamentos humanos devem conter virtudes retas encontradas também no próprio Deus como verdade, respeito, justiça, pureza, amor, boa fama “Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai (Fp 4:8); e o Senhor ainda nos diz para pensarmos “nas coisas lá do alto não nas que são daqui da terra” (Cl 3:2); devido ao pecado a mente está sujeita a corrupção, contudo, o Senhor diz para não nos conformarmos com este século (ou era), mas para transformar-nos pela renovação de nossas mentes, pois, somente através da renovação da mente é que podemos experimentar qual é a boa, perfeita e agradável vontade de Deus (Rm 12: 2), por isso, precisamos que a paz de Deus guarde as nossas mentes (Fp 4:7). É na mente que estão as lembranças ou recordações (2 Pe 3:1-2); e por não entender a chamada língua estranha falada por alguns irmãos a mente pode ficar infrutífera (1 Co 14:14). Todos nós podemos e devemos usar as nossas mentes! Os únicos seres humanos que não usam a mente são os anencéfalos, e isto porque nascem sem cérebro (ou parcialmente sem cérebro), todavia até mesmo as pessoas esquizofrênicas (doentes mentais) usam a mente! Afinal de contas é com a mente que também oramos e cantamos “Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas orarei também com a mente; cantarei com o espírito, mas cantarei também com a mente” (1Co 14:15) – Versão Restauração. A grande questão é que nós cristãos devemos andar e viver no Espírito (Gl 5:16,25), e para isto é necessário pôr a nossa mente no Espírito: “Pois a mente posta na carne é morte, mas a mente posta no espírito é vida e paz” (Rm 8:6) – Versão Restauração.

A emoção é expressa na alma humana através da alegria, tristeza, choro, pavor, frustração, o próprio Senhor Jesus teve várias das expressões emocionais como, por exemplo, na circunstância em que Ele chorou “Jesus chorou” pela condição de incredulidade das pessoas a sua volta por não conceberem no poder que Ele tem de ressuscitar Lázaro (Jo 10:35). E expressou a sua agonia em Lc 22:42-46 quando pediu para o Pai não permitir que ele passasse por este momento que estava lhe levando a tristeza ao ponto de suar sangue (momentos que antecederam a sua morte).

A vontade (I Ts 5:23) está relacionada com o desejo do ser humano, a necessidade intrínseca de obter, atingir ou alcançar um objetivo, de maneira consciente ou não. Portanto, está relacionado ao processo decisório, ao “livre arbítrio” (Dt 28), em que o indivíduo opta pelas escolhas possíveis de fazer ou não fazer alguma coisa; ou ao ato de julgar, opinar, ou sugerir. A resolução de qualquer assunto geralmente depende da vontade. O homem foi criado por Deus com mente vontade e emoção, que dão a “cor necessária a personalidade”, e são a própria personalidade humana. O homem possui três partes importantes, que são o espírito, a alma e o corpo.

A alma humana contém a personalidade, e é através da personalidade que os seres humanos se expressam, esta expressão se manifesta por meio da mente, emoção e vontade. A personalidade é o canal que Deus expressa a sua vontade, a sua vida, a sua pessoa, de forma que a pessoa de Cristo seja manifesta SEM ANULAR QUEM SOMOS! Pois o objetivo de Deus não é destruir a personalidade humana, mas ser glorificado por pessoas que vivem pelos princípios de Cristo através da vida de Deus. 

3 Se alguém quer...

No livro de Mateus, capítulo 16, versículo 24, encontra-se o excerto bíblico mais apregoado sobre o termo “Negar a Vida da Alma”, em que o Senhor diz “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me”. Observem que o versículo começa com “querer” ir até o Senhor, ou seja, com “a vontade humana” possuindo a opção de decidir ir até o Senhor Jesus ou não, indicada pela conjunção condicional “Se”. Não significando, portanto, uma anulação da vontade humana, mas em um poder de escolha entregue pelo próprio Deus ao homem. Desta forma, a disposição de querer ir até ao Senhor deve surgir de uma escolha que é realizada pelo próprio homem. Na verdade quando nós queremos ir até o Senhor, se trata de uma vontade “Conjunta”, na medida em que o Senhor quer que nós queiramos/desejemos ir até Ele.

O Senhor Jesus não força compulsoriamente o ser humano a realizar a escolha de ir após Ele, pois se trata de uma decisão pessoal. Isto é reforçado no episódio da cura do cego Bartimeu (Mc 10: 51), quando o Senhor pergunta “Que queres que eu te faça?”, e Bartimeu responde: “Mestre, que eu torne a ver”. Certamente Bartimeu já tinha conhecimento de que o Senhor Jesus curava as pessoas, então, poderia ter pensado: Ou este homem é louco por fazer esta pergunta, pois sabe que sou cego, ou é cego. Entretanto, o Senhor nem era louco, e nem era cego, mas apenas respeitou a decisão que somente Bartimeu deveria tomar.
No versículo 24 “negar-se a si mesmo” implica em abrir mão do ego, ou seja, da vida natural ou anímica. No versículo 25 do livro de Mateus o Senhor diz: “Pois quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas quem perder a sua vida da alma por Minha causa, achá-la-á. – Versão Restauração. Quer dizer, quem quiser preservar o seu ego, que é parte da alma danificada pelo pecado, perdê-la-á, e quem perder o ego hoje (na era da igreja) por amor ao Senhor Jesus, ACHARÁ A SUA VIDA DA ALMA! (Lc 9:24; 17:33; Jo 12:25; 1 Pe 1:9), pois o problema na vida da alma é o ego. Pois o Senhor não quer destruir a alma do homem, mas salva-la: “Nós, porém, não somos dos que retrocedem para a ruína, mas dos que têm fé para ganhar a alma” – Versão Restauração. A tradução para “ganhar a alma” também admite “preservação da alma”, que é uma recompensa para os que se submeteram ao trabalhar da cruz de Cristo que resulta em perder o ego, por receber mais da pessoa de Cristo: “obtendo o fim da vossa fé: a salvação da vossa alma” (1 Pe 1:9).
Assim, o negar a si mesmo, que é negar o ego, também utilizado por muitos cristãos como negar a vida da alma, não implica em o cristão ficar contínua e permanentemente sofrendo, como no ascetismo combatido por Paulo na carta aos Colossenses (Cl 2:23). Ou seja, como em um autoflagelo de o próprio cristão promover sofrimentos a si mesmo acreditando que isto produzirá amadurecimento na vida de Deus. O Senhor Jesus não deseja que os cristãos fiquem sofrendo, Ele não gosta de torturar os seus filhos como se fosse um sádico a todo o tempo punindo-os. Se o cristão continua sofrendo após dizer que foi crucificado com Cristo, é porque se encontra Vivo! Pois se tivesse morrido NADA deste mundo exterior o afetaria, pois estaria verdadeiramente morto com Cristo (Gl 2:19-20).

4 Conclusão

Vemos que o Senhor concede o livre arbítrio para o homem, ele não é um intruso na vida dos cristãos, pois Ele está a porta e bate; esperando que nós ouçamos a sua voz; e ceia conosco se nós realmente quisermos (Ap 3:20). Ele quer que nós sejamos vencedores na pessoa de Cristo, e quer saber se nós queremos! Ele não obriga ninguém a segui-lo, não ROBOTIZA ninguém, mas, aguarda ansiosamente que nós queiramos segui-lo. Portanto, “o negar a si mesmo”, não implica necessariamente em uma anulação da nossa vontade! Mas, em uma vontade CONJUNTA de Deus e do homem. É assim que a economia de Deus é cumprida, a vida de Deus cresce em nós de tal maneira que a nossa vontade é convergente com a de Deus, as vontades divino-humanas se afunilam; e o desejo do Senhor finalmente torna-se o nosso desejo, e o nosso desejo o Dele. “Agrada-te do SENHOR, e ele satisfará aos desejos do teu coração” (SL 37:4) e, por fim, os desejos de Deus e do homem se mesclam ao ponto de que o homem passa a desejar genuinamente a vontade de Deus. Esta é a maneira pura, terna e graciosa de em amor desejar a Vontade de Deus.

Kleydson Feio

sábado, 2 de junho de 2012

Conhecer a restauração do Senhor em verdade



Leitura bíblica: Jo 8:32; 11:25; 14:6; 17:17; lJo 1:1-2, 5-7

I. É crucial que vejamos que a restauração do Senhor é totalmente uma questão de vida e verdade; a vida e a verdade caracterizam a restauração (Jo 8:32; 14:6):

A- Vida é o próprio Deus Triúno em todos os Seus processos para alcançar o homem e verdade é o próprio Deus como a realidade (Jo 1:1,14,29; 14:9-10,16-17; 17:17; lJo 5:6).
B- Para ter uma visão adequada da restauração do Senhor, temos de conhecer a restauração no Deus Triúno e por meio da Bíblia, cujo conteúdo é a verdade (Jo 17:3,17; Ef 1:17; Cl 1:9).

II. No Novo Testamento, a palavra verdade denota Cristo como a realidade (Jo 1:14,17; 8:32, 36; 14:6):

A- Segundo o conceito natural, a palavra verdade significa "doutrinas" ou "princípios", mas versículos como João 1:17,4:24 e 1 Timóteo 3:15 mostram que a verdade não é uma doutrina ou princípio, mas a realidade.
B- Sempre que lemos o Novo Testamento, não devemos entender a palavra verdade segundo o conceito natural, mas temos de compreender que se refere a Cristo como a realidade (Jo 8:32, 36; 14:6).

III. Para saber o que é a verdade, temos de conhecer o Evangelho de João:

A- João é composto pelo Deus Triúno — o Pai, o Filho e o Espírito - pela Palavra, vida, luz, graça e realidade, ou verdade; todos esses fatores são, na verdade, o próprio Deus (Jo 1:1, 4-5,14,16-17; 14:9-10, 16-17, 26).
B- João 8:32 e 36 usam a verdade e o Filho intercambiável- mente, o que revela que a verdade é, de fato, uma pessoa, Cristo, o Filho.
C- Da parte de Deus, a verdade é Deus revelado, e da nossa parte, a verdade é Deus tornado real; quando Deus se revela, isso é a verdade e quando percebemos e tocamos Deus, isso também a verdade (Jo 1:14,17; 8:32).

IV. A verdade é o resplandecer da luz, a expressão de Deus como luz (Jo 8:12, 32):

A- Luz é a origem da verdade e verdade é o resultado da luz (lJo 1:5-6).
B- Verdade é o resplandecer da luz divina nos fatos da Bíblia para "televisionar" a visão celestial desses fatos ao nosso ser (SI 119:130).
C- Verdade é o Deus Triúno que resplandece em nós; portanto, conhecer a restauração do Senhor em verdade requer que experimentemos o resplandecer de Deus como a luz divina (Jo 1:1, 4-5, 9; 8:12, 32).
D- Devido à situação degradada do cristianismo hoje, é urgentemente necessário que a verdade, como o resplandecer da luz, liberte o povo de Deus das trevas da degradação (2Tm 2:15,18, 25).
Para conhecer a restauração do Senhor em verdade, temos de conhecer a Bíblia segundo a verdade (Jo17:17):

A. Quando conhecemos a Bíblia em verdade e não apenas em doutrina, temos o resplandecer da luz, que faz com que tenhamos vida (Jo 8:12; 1:45).

B. Verdade - o conteúdo da Bíblia — está entre a doutrina e a luz     (2Co3:6;4:6; Jo 8:12, 32)

1. A verdade é a realidade transmitida nas doutrinas (Jo 17:17):

a- Quando percebemos a verdade, temos a realidade que é transmitida nas doutrinas; tal realidade pode ser-nos revelada e pode ser percebida por nós apenas por meio do Espírito (Jo 14:17; 15:26; 16:13).
b- A verdade é a realidade transmitida nas doutrinas e percebida por meio do Espírito (Jo 17:17; 16:13).
c- Por meio da iluminação do Espírito, as doutrinas tornam-se a verdade e o resplandecer da luz divina em nós; então, somos unidos à luz e a luz torna-se vida para nós (Jo 1:4-5; 8:12, 32).

2. A medida que lemos a Bíblia, primeiro recebemos doutrinas; quando o Espírito Santo ilumina as
palavras da Bíblia, as doutrinas tornam-se a verdade, a realidade (Jo 16:13):

a- A verdade é transmitida em doutrinas, contudo, a verdade nas doutrinas pode ser percebida apenas pela iluminação do Espírito (2Co 4:4,6).
b- Quando o Espírito nos ilumina, as doutrinas que conhecemos tornam-se verdade, que traz luz e a luz traz vida (Jo 8:12, 32; lJo 1:5-6).
c- Para isso temos de orar muito e adequadamente, abrindo todo o nosso ser ao Senhor; quanto mais orarmos dessa maneira, mais o Espírito nos iluminará para fazer com que as doutrinas se tornem a verdade (Ef 1:17; Cl 1:9).

VI. A verdade não é nada menos que o próprio Deus (Jo 1:1; 14:6):

A- A verdade é Deus revelado e percebido em Seus muitos aspectos, como desvendado, por exemplo, no Evangelho de João (Jo 16:13).
B- O conteúdo da Bíblia é a verdade, porque a Bíblia nos revela Deus; assim, receber a verdade é a nossa experiência de Deus como verdade (Cl 1:6).
C- A Bíblia é a revelação de Deus como a realidade (Jo 1:1; 17:17):
1. A Bíblia por si mesma não é a realidade; a Bíblia é o falar de Deus, o modo como Ele se exprime, e o próprio Deus é o conteúdo, a realidade, da Bíblia.

2. Quando tocamos o conteúdo de uma doutrina, se não tocarmos o próprio Deus, continuamos sem ter a verdade; só quando tocamos Deus é que temos a verdade (2Co 3:6).

3. Se um mestre nos ministra verdade ou meramente doutrina isso depende de o seu ensino nos ministrar ou não Deus; se Deus nos é ministrado em seu ensino, o que ele fala não é mera doutrina, mas a verdade (lJo 5:13,16).

4. Se rejeitarmos um ensino específico da Bíblia, rejeitamos Deus naquele aspecto e, portanto, não podemos experimentá-Lo como tal (Jo 8:37-38, 40).

VII. A meta de conhecer a verdade é que tenhamos as riquezas e a abundância da vida (Jo 10:10):

A- Para ter as riquezas da vida, temos de ter a verdade, o resplandecer do Deus Triúno; o resplandecer da luz divina em seus muitos aspectos é as riquezas da vida (Jo 1:4-5; 10:10; 11:25).
B- Todas as riquezas da vida estão na verdade; cada verdade é um aspecto das riquezas da vida.
C- Os rios de água viva são diferentes aspectos da vida (Jo 7:37-39):

1. Esses rios jorram mediante a verdade; de fato, cada rio é uma verdade (Jo 14:6).

2. A maneira de ter abundância de vida e de as riquezas jorrarem é a maneira da verdade (Jo 8:32):

a- Quanto mais verdade tivermos, mais riquezas de Cristo como vida desfrutaremos (Ef 1:13; 3:8).
b- Por fim, teremos abundância de vida; a abundância de vida está totalmente na verdade
(Jo 10:10; 8:32;14:6).
c- O aumento na verdade resulta no crescimento em vida; à medida que um crente recebe mais verdade, a vida torna-se mais abundante em sua experiência (Ef 4:15-16).

VIII. Estaremos verdadeiramente na restauração do Senhor se conhecermos o Deus Triúno e a Bíblia, se tivermos a vida e a verdade e se estivermos cheios de luz (Jo 8:32; 11:25; 14:6):
A- A restauração do Senhor não é uma atividade, movimento ou obra cristã comum, mas é uma questão de vida e verdade em luz (lJo 1:1-2, 5-7).
B- Aqueles que estão verdadeiramente na restauração do Senhor conhecem o Deus Triúno de maneira viva e conhecem a Bíblia segundo a luz; devemos orar para que isso se torne nossa experiência (Hb 8:10-11; Jo 17:3,17; SI 119:130).